Ainda a propósito da atividade "Vem Ler Para Mim", no dia 27 de março, os alunos da turma do 5ºA foram presenteados com declamação de poemas. O responsável pelo agradável momento de poesia foi o pai da Inês que a todos encantou com os seus poemas.
Todos, "graúdos e pequenos", gostámos imenso dos seus poemas e aguardamos nova visita para mais momentos de partilha.
De cor escura, e pele queimada,
pisando em terra lavrada,
a passo enterrava a vida,
essa vida abençoada.
Assim era antigamente,
em tempos que já lá vão,
rasgava-se a terra à Besta,
e semeava-se o trigo à mão.
O sol abrasava os corpos,
dos homens nos seus labores,
entoando lindas modas,
cantadas aos seus Amores.
Esqueciam sua tristeza,
e esse fado que era a vida,
trabalho de sol a sol,
em troca de meia espiga.
Com parcos recursos,
poucos,
estava a terra semeada,
e era só colher o trigo,
voltava a ficar lavrada.
Agora não se vê disso,
não se vê mar de trigais,
os campos não estão doirados,
só se avistam olivais.
Já se emprega pouca gente,
máquinas, cada vez mais,
e o trigo que se produz,
já não dá pra três pardais.
E a terra do Alentejo,
do trigo de antigamente,
é um enorme pousio,
já não produz pão pra gente.
José Dimas
2011
Saluquia,
Princesa formosa,
das terras
de Al-Manijah,
cheirava a
pétalas de rosa,
e o seu Deus
era o Allah.
Esperava o
apaixonado,
na torre do
seu castelo,
era Brafma,
o afortunado,
um Príncipe
muito belo,
que vinha de
terras distantes,
pra com ela
se casar,
não contando
que nos montes,
os Cristãos
ia encontrar.
Grande luta
se travou,
entre os
Cristãos e a Mourama,
e ali Brafma
se prostrou
ali se
apagou a chama.
Ali se
apagou a chama,
que no seu
peito trazia,
viera cair
na trama,
e no barro;
frio; jazia.
Com roupas
mouras trajadas,
as tropas
cristãs entraram,
pelas portas
escancaradas,
do castelo
que atacaram.
Saluquia na
sua torre,
tarde demais
descobrira,
que não era
o seu Amor,
que era tudo
uma mentira.
Não vendo
melhor solução,
com o castelo
conquistado,
fechou as
chaves na mão,
e foi ter
com seu Amado.
Saltou de
janela aberta,
Linda, pura,
santa, e casta,
nos braços
da morte certa,
que a vida
lhe foi madrasta.
Ainda em
noites de luar,
sempre que é
Lua Cheia,
ouve-se Salúquia
a chorar,
lá no cimo
da ameia.
Chora pelo
seu Amado,
que ainda
espera ver chegar,
num lindo
cavalo montado,
pra com ela
se casar.
José Dimas
2011
Minha
querida princesinha,
escrevo uma
história pra ti,
que fala de
outra princesa,
que tinha
sonhos sem fim.
Sonhava que
era corcel,
entre flores
a cavalgar,
sonhava que
era um barquinho,
nas ondas a
navegar.
Sonhava que
era uma abelha
e que de
flor em flor voava,
sonhava que
era uma fada,
e nos sonhos
se encantava.
E sonhar era
tão simples
para ela,
que até se ria,
bastava
fechar os olhos,
e um lindo
sonho surgia.
Mas o rei
que era cruel,
e nem sonhos
sonhar sabia,
não queria
que ela sonhasse,
nem enquanto
ela dormia.
Mas os
sonhos que são nossos,
e que têm
muita magia,
ninguém nos
pode tirar,
dai a nossa
alegria.
E a princesa
assim pensou
e ainda
sonhava mais,
também
sonhava acordada,
sonhava
sonhos Reais.
E sonhava
sonhos lindos,
com muita
satisfação,
sonhava a
todo o momento,
em Amor e
Gratidão.
Viveu feliz
e pra sempre,
na terra do
faz de conta,
com a Alma
sempre pura,
e um brilho
que nos encanta,
Ah! E o seu
pai que não sabia,
mas que um
belo dia aprendeu,
sonhou um
sonho dos lindos,
que nunca
mais se esqueceu,
E foi válida
a lição,
pró rei que
sonhar já sabia,
pois via a
filha feliz,
e agora
compreendia.
Que nada
somos sem sonhos,
e que o
sonho é que nos guia,
pelos
meandros da vida,
com muito
Amor e Alegria.
Sonha! Sonha
minha filha,
sonha sonhos
de encantar,
e embora a vida endureça,
nunca deixes
de sonhar.
José Dimas
Muito obrigada pelo momento que proporcionou aos alunos e professoras presentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário